Apartamentos com serviços (Serviced apartments).

 

Hoje em dia, as nossas necessidades enquanto viajantes de turismo vão-se alterando e pedimos cada vez mais uma maior flexibilidade do que aquela que nos é fornecida pelo mercado hoteleiro tradicional.


É como resposta a esta necessidade que aparece o conceito de “serviced apartments”. Estes apartamentos têm comodidades semelhantes aos de quartos de hotel e podem ser utilizados ​​para estadias de curta ou longa duração. Conseguimos, neste mercado, maior privacidade e maior economia de recursos. O modelo de negócio subjacente do setor de apartamentos com serviços é caracterizado por pessoal e serviços limitados devido a uma estadia média mais longa, traduzindo-se em uma estrutura operacional muito enxuta e, portanto, uma atraente margem de lucro operacional bruto (geralmente em torno de 45-65%). São valores que deverão ser encarados pelo perito avaliador de imóveis nos seus relatórios de avaliação de imóveis.


João Fonseca | Perito Avaliador de Imóveis
Fonte: European Serviced Apartment Market -
Savills
Este mercado não visa só o turista “puro e duro”, podendo envolver outros públicos, como seja o de viajantes de negócios ou ainda de mercados de “senior living” ou “health care”.


Alguns dos principais benefícios, do ponto de vista do turista, quando compara com um quarto de hotel, são a privacidade e a economia. No entanto, a relação turista versus proprietário é “win-win”, porque, por exemplo, operadores que exploram os dois mercados, conseguem taxas de ocupação superiores às dos seus quartos de hotel.


O mercado também é uma alternativa e uma concorrência forte ao “Airbnb”, que tem sido fortemente reprimido em muitas cidades. Todos nos lembramos que Berlim proibiu os turistas de arrendar apartamentos inteiros do “Airbnb” para proteger o mercado de arrendamento tradicional, e que “Airbnb” está proibido de anunciar arrendamentos de curto prazo em Nova York.



Os “serviced apartment” diferem do “Airbnb” por não serem de investidores individuais que pretendem obter uma renda suplementar, mas de investidores mais institucionais, cujo único objetivo de arrendá-los em curto ou longo prazo. Normalmente não existe uma transferência de imóveis do mercado de arrendamento tradicional para o mercado turístico.


A duração de estadia mais longa do que a média, juntamente com custos de operação mais baixos, concorrem para que os apartamentos com serviços geralmente alcançam receitas operacionais líquidas mais altas em comparação com os hotéis ditos “normais”. 






(Este artigo foi elaborado por João Fonseca, perito avaliador de imóveis e perito avaliador de máquinas e equipamentos, registado na CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) com o registo PAI/2010/0019, membro 7313161 do RICS (Royal Institution of Chartered Seurveyors), RICS Registered Valuer, membro da TEGoVA e European Registered Valuer REV-PT/ASAVAL/2023/8, Vogal do Conselho Fiscal, Disciplinar e Deontológico da ANAI  (Associação Nacional de Avaliadores Imobiliários), Perito da Bolsa de Avaliadores da Câmara Municipal de Lisboa, Associate Thinker no blogue out-of-the-boxthinking.blogspot.pt. É coautor do livro “Reabilitação urbana sustentável”, ISBN 978-989-8414-10-6. Possui uma Pós-Graduação em “Gestão e Avaliação no Imobiliário” pela Católica Porto Business School e tem o curso de formação em “Avaliação Imobiliária” pela Escola Superior de Atividades Imobiliárias. Tem escritórios na Rua Pinto Bessa, 522, RC, Centro, Esquerdo, 4300-428 Porto e na Rua Visconde de Santarém, 75 C, 1000-286 Lisboa. É formador em avaliação imobiliária na empresa Domínio Binário. A Lei n.º 153/2015 de 14 de setembro regula o acesso e o exercício da atividade e a profissão dos peritos avaliadores de imóveis que prestem serviços a entidades do sistema financeiro nacional.)

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