As avaliações, a Banca e a Transparência
Correspondendo a um amável convite do autor, estivemos presentes, no passado dia 29 de Novembro, no lançamento do livro “A Banca e as PME”, de Paulo Alcarva, editado pela Vida Económica.
Devemos dizer que é um livro excelente, de referência para empresas e empresários, e que aconselhamos vivamente a sua compra.
Na sua apresentação o autor focava, e bem, a relação de Transparência, Ética e Confiança que deve existir entre o Banco e a Empresa, na esfera negocial que ambos empreendem recorrentemente.
Vem ao caso o que se passa com as avaliações patrimoniais das empresas, solicitadas pela Banca e pagas por aqueles.
Salvo muito honrosas excepções, estas avaliações não são entregues aos seus verdadeiros donos (as empresas), com a desculpa de serem documentos internos da entidade que fornece o crédito.
Em nossa opinião estamos perante uma atitude profundamente errada que desequilibra, muito, a negociação, tornando os clientes bancários a parte substancialmente mais fraca.
Não podem, por exemplo, discutir os méritos das avaliações patrimoniais, que são apresentadas como dogmas. E nós, avaliadores, também nos enganamos.
Não levará esta posição dos Bancos a pedidos adicionais e excessivos de garantias?
Não levará ao rápido esgotamento das garantias patrimoniais, quer das empresas, quer do património particular dos empresários?
Não prejudicará, por esta via, a reestruturação das empresas, prejudicando o acesso ao crédito?
Não levará ao aumento exponencial das insolvências, quer das empresas quer de particulares?
Não estará a Banca a dar “tiros no pé”, sendo ela a responsável principal pelo aumento do crédito mal parado e imóveis em carteira?
Não serão estas as razões das crescentes imparidades da Banca?
Deixamos à reflexão…
Sem comentários: