Mercado do Bolhão: adivinha-se uma guerra?


João Fonseca / Avaliador de imóveis / 919375417O Mercado do Bolhão é um dos mais belos edifícios da cidade do Porto. E dos mais polémicos, também.

Não são as suas características de edifício de arquitetura neoclássica que o colocam no centro da discussão mas sim a politica autárquica da cidade. Recordemos que o projeto de reconversão do espaço começa em 1992 e passado vinte anos continua tudo por fazer.

Uma das candidaturas trouxe o assunto novamente à colação e recuperou o projeto do Arquiteto Joaquim Massena. É este projeto que olhamos hoje. Basicamente prevê:




- Estacionamento na cave;

- Mercado tradicional no rés do chão;

- Galeria intermédia (nova), com a intenção de aumentar o número de bancas de comércio, com acesso direto pela Rua Alexandre Braga e Rua Sá da Bandeira, com espaços de venda de produtos regionais e nacionais.

- Segundo piso com 50% dedicada a restauração alimentar e 50% dedicada ao mercado de levante.

Além de vários espaços dedicados à cultura.

E a parte económica?

Sabemos que o investimento são doze milhões e quinhentos mil euros. Ora bem, aqui é que vão residir muitas das discórdias.

As contas que fazemos são as seguintes, de uma forma muito simplista, é certo:

- Não acreditamos que a Câmara Municipal queira perder dinheiro. Admitimos que vai querer uma remuneração igual à que tenha de pagar a uma entidade bancária: 3.5%

- Acreditamos que uma renda de 10€/m2, em termos médios, seja justa para o espaço.

Nestas condições teremos que ter, obrigatoriamente, uma área locável de 3.645 m2

Será possível? É que estas premissas são muito otimistas.

A remuneração tem que ser superior a 3,5%; é preciso que não existam derrapagens nos custos; dedicando muito do seu espaço a eventos culturais dificilmente terão uma renda de 10€/m2.

A ver vamos!

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