A importância da correta avaliação das propriedades de investimento em tempos de crise (conclusão).
No artigo anterior (http://avaliarpatrimonio.blogspot.pt/2012/12/a-importancia-da-correta-avaliacao-das.html)
procuramos alertar para a importância das propriedades de investimento na
determinação dos resultados de uma empresa.
De facto, como afirmamos, os ganhos pelo justo valor, nas
propriedades de investimento, quando não revertem perdas anteriores, vão
diretamente a resultados do exercício, o que pode ser muito relevante
para a imagem de uma empresa perante terceiros.
Hoje vamos dar a nossa opinião quanto às metodologias para a
estimativa do “justo valor”, de acordo com a Norma Contabilística e de Relato
Financeiro 11.
O justo valor da propriedade de investimento “reflete, entre outras
coisas, rendimento de rendas provenientes de locações correntes e
pressupostos razoáveis e suportáveis que representem aquilo que entidades
conhecedoras e dispostas a isso assumiriam acerca de rendimentos de rendas de
futuras locações à luz de condições correntes. Também reflete, numa base
semelhante, quaisquer exfluxos de caixa (incluindo pagamentos de rendas e
outros exfluxos)”.
Articulando esta noção com o
estipulado no artigo 45 “ … O vendedor disposto a isso está motivado a
vender a propriedade de investimento nos termos do mercado pelo melhor preço
possível...“, com o estipulado no artigo 47 “A melhor evidência de justo
valor é dada por preços correntes num mercado ativo de propriedades
semelhantes no mesmo local e condição e sujeitas a locações e outros contratos
semelhantes…” e com o estipulado no artigo 48 alínea c) “Projeções de
fluxos de caixa descontados com base em estimativas fiáveis de futuros fluxos
de caixa, suportadas pelos termos de qualquer locação e de outros contratos
existentes e (quando possível) por evidência externa tal como rendas correntes
de mercado de propriedades semelhantes no mesmo local e condição, e usando
taxas de desconto que reflitam avaliações correntes de mercado quanto à
incerteza na quantia e tempestividade dos fluxos de
caixa. “, uma propriedade de investimento deve ser avaliada segundo os
seguintes critérios:
- Máxima e melhor
utilização para o imóvel, o que na prática aproxima a noção de justo valor ao
valor de mercado;
- Aplicação,
preferencialmente, do método comparativo de mercado;
- Se se revelar
impossível a aplicação deste método, aplicar o método do rendimento com a noção
de fluxo de caixa descontado.
No entanto, achamos que, prudencialmente, devem ser aplicados estes
dois métodos.
Assim sendo, é importante a consulta a um profissional da avaliação,
recordando que quer a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas quer a Ordem dos
Técnicos Oficiais de Contas preferem que as estimativas de avaliação de imóveis
sejam realizadas por técnicos inscritos na CMVM (Comissão do Mercado dos
Valores Mobiliários).
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