Estacionamento subterrâneo no Mercado do Bolhão?!!!!!!!!!
A revitalização do Mercado do Bolhão é um desígnio que ultrapassa a esfera estritamente política da cidade do Porto.
É nesse sentido que nos permitimos abordar novamente esta problemática, o que nos leva a trazer a debate o projeto do Arquiteto Joaquim Massena.
Este projeto tem logo à partida um grande mérito que é a apresentação de uma proposta para a reabilitação deste excelente património da Península Ibérica. Como todos os projetos, tem virtudes e defeitos e não está imune à critica, entenda-se construtiva.
Um dos aspetos que nos preocupava era saber se o Dr. Luís Filipe Meneses, caso venha a ser eleito, vai fazer deste projeto o seu projeto ou se irá permitir o concurso de outras ideias para o local. Colocámos a questão à sua candidatura e obtivemos, simpaticamente, a seguinte resposta:
“Caso seja eleito Presidente da Câmara Municipal do Porto o Dr. Luís Filipe Menezes pretende lançar um concurso até ao final de Janeiro de 2014 para permitir a apresentação de diferentes propostas, mas que respeitem duas grandes prioridades:
1) Construção de estacionamento subterrâneo;
2) Manutenção das atividades que dão nome ao mercado para evitar a sua descaracterização e transformação em mais um centro comercial.”
O esclarecimento da nossa dúvida trouxe-nos uma preocupação ainda maior, a obrigatoriedade do projeto que vier a ganhar ter de construir um estacionamento subterrâneo.
Ora, parece-nos que esta obrigatoriedade é um erro enorme. Senão vejamos:
- Existem parques de estacionamento na Praça D. João I, no Via Catarina, no Gran Plaza, na Trindade, entre outros, já para não falar no Silo Auto, que é propriedade da Câmara Municipal do Porto e que garante as necessidades de estacionamento para o Mercado do Bolhão. Se o Silo Auto for bem explorado, poderá ser uma fonte de rendimento excelente para os cofres camarários. É, ainda, indesmentível, que existem acima de dois mil e quinhentos lugares de estacionamento a menos de dez minutos a pé, a maior parte deles com baixa taxa de ocupação (a exceção é a Praça D. João I).
- Em termos estruturais, é muito complicado construir no subsolo do Mercado do Bolhão. É uma obra de risco. Qual o peso, no “business plan”, dos custos da sua construção, atendendo aos riscos inerentes à dificuldade da obra? É trabalhar na incerteza, o que pode fazer disparar os custos de construção.
- É aceitável trazer mais fluxo automóvel para a Baixa quando temos transportes públicos de excelência, como é o caso do Metro do Porto, e arruamentos na envolvente do Mercado de Bolhão que não o suportam?
Francamente não nos parece bem!
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