Outra vez as discrepâncias …

(ou como as coisas mudam conforme o objetivo)

Esta semana cruzamos a variação da avaliação bancária de habitação, do todo nacional e de Lisboa (Instituto Nacional de Estatística), com a variação do retorno dos Fundos de Investimento Imobiliário (Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios), comparativamente com dezembro de 2010.

Não fomos mais longe, em termos de datas para comparação, porque não estão disponíveis mais dados na página da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios.


Para melhor perceção, traduzimos os valores no gráfico seguinte:
  
A- variação (%), relativamente a Dez-2010 do valor médio da avaliação bancária de habitação, média global (Portugal)
B- variação (%), relativamente a Dez-2010 do valor médio da avaliação bancária de habitação, média global (Lisboa)
C- variação (%), relativamente a Dez-2010 do retorno dos Fundos de Investimento Imobiliário (Fonte: Índice APFIPP-IPD)

É curioso verificar que uma descida acentuada do valor da avaliação bancária, contrasta com uma subida, ainda que ligeira, do retorno dos fundos de investimento imobiliário.

Parece-nos evidente uma contradição entre as variáveis analisadas. Salvo melhor opinião, elas deveriam andar em linha e com desvios da mesma ordem de grandeza.

Causa-nos ainda maior estranheza que estas discrepâncias gravitem à volta de entidades que, embora com supervisores distintos (CMVM e Banco de Portugal), convergem para os mesmo objetivos quando se trata de avaliação de imóveis: “mortgage Lending Value” ou “valor sustentável no longo prazo” ou ainda o famigerado “valor de venda imediata”.

Estamos, obviamente, a falar da Banca e das Sociedades Gestoras de Fundos de Investimento, que muitas vezes se confundem.

Podemos perceber que em tempos de crise, como a que vivemos no passado recente, uma descida abrupta dos Fundos de Investimento Imobiliário poderia causar estragos de consequências imprevisíveis na sociedade portuguesa.

É preciso relembrar que muitos portugueses de poucos recursos viram este instrumento como alternativa aos depósitos a prazo. Aliás, foi por este motivo que muitas vezes nos insurgimos, neste blogue, contra muitos ataques aos Fundos de Investimento Imobiliário, por parte, mormente, do Partido Socialista e do Dr. Paulo Morais.

E o que também é certo é que as empresas que avaliam para a Banca são, em regra, as mesmas que avaliam para as sociedades gestoras.

Alterando o ditado popular, temos “Um peso, duas medidas?”

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