Algumas considerações sobre o método do rendimento
Um pouco em contraponto ao que escrevemos há algumas semanas, “Algumas
considerações sobre o método do custo”, vamos refletir
sobre a estimativa do valor de um imóvel pelo método do rendimento.
Apresentamos, também, um pequeno ficheiro em formato “excel”,
perfeitamente utilizável, considerando um imposto de 21% e derrama municipal de
1,5% (que é discutível!) e que de alguma forma traduz o espírito do presente
artigo. Pode ser descarregado [aqui]
Esta abordagem fornece uma indicação do valor de um imóvel,
convertendo fluxos de caixa esperados, num único valor atual. Ela só é possível
quando a geração de rendas do imóvel é o elemento fundamental que afeta o seu valor
e quando estão disponíveis projeções razoáveis do montante e prazos
dos rendimentos futuros.
A estimativa do valor pelo método do rendimento envolve, geralmente, noções
que gravitam em torno do tema Fluxo de Caixa Descontado (DCF), em que o fluxo
de caixa previsto é descontado até a data de avaliação, resultando no valor atual
do imóvel.
Para imóveis com um período de vida longo ou indefinido, o DCF deve
incluir um valor residual (tema que já foi abordado no artigo “O
valor residual e o avaliador de imóveis”), que representa o valor do ativo
no final do período de projeção dos fluxos de caixa.
A construção de um DCF envolve várias etapas, sendo de destacar a
escolha do tipo de fluxo de caixa, a escolha do período de estudo mais
apropriado para o fluxo de caixa, a estimativa do valor terminal adequado, de
acordo com a natureza do imóvel, e, finalmente, a aplicação da taxa de desconto
ao fluxo de caixa futuro previsto, incluindo ao valor residual, se o houver.
A seleção do período durante o qual devemos estruturar o nosso DCF
depende de uma série de fatores, como seja a vida útil do imóvel, em que se
este tiver uma vida útil reduzida é desejável construir o DCF para toda a sua
vida, o prazo durante o qual se obtêm dados fiáveis sobre os quais se baseiem as projeções e o período mínimo de tal maneira que um imóvel atinja um nível
estabilizado de crescimento e lucros, após o que pode ser utilizado um valor residual.
Em alguns casos, particularmente quando o imóvel está a operar num
nível estabilizado de crescimento e lucros na data de avaliação, pode não ser
necessário considerar um período de previsão e valor residual pode constituir a
única base para o valor (método de capitalização de renda).
Bom dia.
ResponderEliminarO ficheiro já não está disponível?
Obrigada
Boa tarde.
EliminarJá corrigi a ligação.
Cumprimentos
João Fonseca