E a portabilidade das avaliações bancárias?
Escrevemos,
há cerca de três anos, o artigo “A
portabilidade das avaliações imobiliárias.”. Afirmávamos que a portabilidade
das avaliações imobiliárias bancárias sempre foi um tema quente e a suscitar
controvérsia.
De
facto, quando um cliente bancário quer usufruir de um crédito à habitação tem
que suportar os custos da avaliação imobiliária
bancária e se quiser pedir uma proposta de empréstimo em três instituições
bancárias distintas tem de suportar os custos de três relatórios de avaliação.
Supostamente, esta situação iria modificar-se. De facto, o Partido Socialista
apresentou, na Assembleia
da República e na anterior legislatura, o Projeto de Lei 624/XIII/3ª que visava terminar com esta
situação.
Esta proposta encerrava alguma polémica por acarretaria uma diminuição de receitas de duas entidades. Senão vejamos:
- As
entidades bancárias deixam de ganhar mais-valias nos relatórios de avaliação
para crédito hipotecário, o que acontece neste momento. Lembramos que neste
processo o perito avaliador de imóveis
ganha 50€ por avaliação (os mais bem pagos), estimamos (?) que as sociedades de
avaliação ganhem à volta de 100€, pedindo a banca próximo dos 300€ por cada
avaliação ao cliente bancário;
- As
empresas de avaliação poderiam ver drasticamente reduzidas o número de
avaliações realizadas. E, convenhamos, a margem destas empresas é muito
reduzida para fazer face aos seus custos fixos.
Demo-nos então ao
trabalho de verificar em que pé estava a discussão.
Foi quando verificamos
que tudo ficou dentro de uma gaveta e toda a gente já esqueceu o assunto.
Como estamos em fase
de comemoração do 25 de abril e do 1.º de maio, relembramos o grande José Mário
Branco, em FMI:
“A produtividade, ora
nem mais, célulazinhas cinzentas
Sempre atentas...."
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