Ainda os imóveis do Novo Banco.

Dizia-nos um Amigo, durante uma tertúlia que é religiosamente cumprida, desde há cinco anos, todas as sextas-feiras às oito horas da manhã (a tertúlia dura duas horas), que o nosso último artigo, intitulado “A história dos imóveis do Novo Banco é mesmo assim?”, era muito inocente.

Se bem percebemos, éramos inocentes porque nesta história dos NPL do Novo Banco, ao colocarmos a questão no plano estritamente técnico, estaríamos a não relevar as negociatas que existem, nomeadamente de imóveis que são comprados por um preço e colocados à venda por outro preço muito superior (sublinhamos colocados à venda e não vendidos. Quem é perito avaliador de imóveis sabe que não é a mesma coisa).

João Fonseca | Ainda os imóveis do Novo Banco

Nós mantemos tudo o que afirmamos no artigo anterior, acrescentando ainda o que CIO da Whitestar Asset Solutions, André David Nunes, no programa “Negócios da Semana” da SIC Notícias referiu acerca da fraca qualidade da carteira (portefólio) do famoso projeto Viriato (como de qualquer carteira de NPL).

Continuando no plano estritamente técnico, que é o plano onde a discussão se deve centrar, chamamos a atenção para a “VPGA 9 - Avaliação de portfólios, compilações e grupos de propriedades” do Red Book do RICS.:

“3.4 Se um portfólio completo, ou um número substancial de propriedades nele constante, fosse colocado no mercado ao mesmo tempo, tal poderia efetivamente inundar o mercado, conduzindo a uma queda dos preços. Pelo contrário, a oportunidade de comprar um determinado grupo de propriedades pode produzir um prémio. Em outras palavras, o valor do conjunto pode ser superior à soma das partes individuais, e vice-versa.”

No artigo anterior verificamos que a venda “em atacado” e num prazo curto deve produzir um desconto.

Neste artigo chegamos à conclusão de que a venda de uma carteira de imóveis deve ser cautelosa, de forma a não o “inundar”, conseguindo preços mais vantajosos.

O que “os abutres” (termo que não concordamos, preferimos chamar “Private Equity”, que é o termo técnico) vão fazer é pegar na carteira, porventura investir nos imóveis, colocando-os à venda de forma faseada

O Novo Banco tinha tempo e dinheiro para isto, da forma que a sua venda foi realizada?

E a culpa é dos abutres!

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