A rentabilidade de campos de golfe

João Fonseca | Perito Avaliador de Imóveis

 

A rentabilidade económica de campos de golfe é um tema que tem gerado debate entre os especialistas do setor. Por um lado, há quem defenda que os campos de golfe são uma fonte de receita importante para o turismo e para a economia local, pois atraem visitantes de alto poder aquisitivo, geram emprego e valorizam as propriedades circundantes. Por outro lado, há quem critique o impacto ambiental e social dos campos de golfe, pois consomem grandes quantidades de água e energia, ocupam áreas naturais e agrícolas e podem provocar conflitos com as comunidades locais.

 

Para avaliar a rentabilidade económica de um campo de golfe é preciso considerar vários fatores, tais como: o custo de construção e manutenção, o número e o perfil dos jogadores, o preço dos “green fees” e dos serviços associados, a taxa de ocupação e a sazonalidade, a concorrência e a localização. Além disso, é preciso levar em conta os benefícios indiretos que um campo de golfe pode gerar para a região, como o aumento do fluxo turístico, o desenvolvimento de infraestruturas e equipamentos, a criação de emprego qualificado e a dinamização do comércio e da cultura. Os campos de golfe são um ativo estratégico para o turismo nacional, especialmente no Algarve, onde se concentra a maior parte da oferta e da procura.

 

Existe um artigo muito interessante, “Competitividade e eficiência na indústria do golfe: o caso do Algarve” (seguir o link para descarregar), da autoria de Antónia Correia e Victor Martins para a Revista Portuguesa de Estudos Regionais, que aborda a rentabilidade dos campos de golfe.

 

É um documento de indiscutível interesse, que não deve passar ao lado de uma leitura atenta do perito de avaliador de imóveis certificado, e do qual apresentamos o seu resumo:

 

A competitividade é uma questão crucial para a sobrevivência dos campos de golfe como negócio.

O Algarve assume-se como um destino de golfe por excelência, posição que se traduz numa competitividade crescente com a Espanha, a África do Norte e a América. Na perspetiva do negócio do golfe, a competitividade procura relações de eficiência, qualidade e rendibilidade. O presente artigo aborda as questões de eficiência e rendibilidade a partir dos conceitos de avaliação de projetos de investimentos baseados em cash-flows líquidos gerados numa exploração considerada como padrão. Concluiu-se que o golfe é uma indústria eficiente e competitiva independentemente da sua associação ao turismo.

No entanto, nem todos os campos de golfe são rentáveis do ponto de vista económico. Alguns enfrentam dificuldades financeiras devido à baixa procura, à elevada concorrência, aos custos operacionais ou à má gestão. Outros dependem de subsídios públicos ou privados para se manterem em funcionamento. Alguns ainda estão envolvidos em processos judiciais ou administrativos por questões ambientais ou urbanísticas.

 

Pode-se afirmar que a rentabilidade económica de um campo de golfe depende de vários fatores, que devem ser analisados caso a caso. Não se pode generalizar que os campos de golfe são sempre uma fonte de lucro ou sempre uma fonte de prejuízo. É preciso avaliar cada projeto com rigor e responsabilidade, tendo em conta não só os aspetos económicos, mas também os aspetos sociais e ambientais.

 

Este artigo foi elaborado por João Fonseca, perito avaliador de imóveis e perito aval\iador de máquinas e equipamentos, registado na CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) com o registo PAI/2010/0019, membro 7313161 do RICS (Royal Institution of Chartered Seurveyors), RICS Registered Valuer, membro da TEGoVA e European Registered Valuer REV-PT/ASAVAL/2023/8, Vogal do Conselho Fiscal, Disciplinar e Deontológico da ANAI (Associação Nacional de Avaliadores Imobiliários), Perito da Bolsa de Avaliadores da Câmara Municipal de Lisboa, Associate Thinker no blogue out-of-the-boxthinking.blogspot.pt. É coautor do livro “Reabilitação urbana sustentável”, ISBN 978-989-8414-10-6. Possui uma Pós-Graduação em “Gestão e Avaliação no Imobiliário” pela Católica Porto Business School e tem o curso de formação em “Avaliação Imobiliária” pela Escola Superior de Atividades Imobiliárias. Tem escritórios na Rua Pinto Bessa, 522, RC, Centro, Esquerdo, 4300-428 Porto e na Rua Visconde de Santarém, 75 C, 1000-286 Lisboa. Moradia t4 na Maia para venda, com jardim, junto ao Corredor Verde do Leça e Aeroporto Sá Carneiro, a sua casa para viver e trabalhar! É formador em avaliação imobiliária na empresa Domínio Binário. A Lei n.º 153/2015 de 14 de setembro regula o acesso e o exercício da atividade e a profissão dos peritos avaliadores de imóveis que prestem serviços a entidades do sistema financeiro nacional.

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