Juntamente com os votos de um bom Natal resolvemos sugerir a
leitura de um documento muito interessante, com o título “Mercado imobiliário
português: performance, ciclos e tendências”, uma tese de Mestrado em
Finanças de Manuel do Carmo Lopes Fanico, orientada pelo Doutor Rui Alpalhão,
no ISCTE Business School.
Apesar de ter alguns anos (é de setembro de 2009) é um
documento muito importante para se entender o mercado de investimento
imobiliário.
A actividade imobiliária e os activos que a
compõem representam uma das bases da sociedade actual, com os edifícios a
apresentarem-se como um bem essencial a qualquer actividade humana. Esta
característica implica a intervenção de muitos agentes que actuam desde o
planeamento até à manutenção dos imóveis provocando assim o envolvimento de
variados sectores da actividade económica. Esta característica de
universalidade, atribui ao sector imobiliário uma função de indicador de
desenvolvimento de um país ou região. Sendo necessariamente um investimento de
médio-longo prazo, o activo imobiliário está sujeito às grandes variações
macroeconómicas pelo que se torna essencial uma visão alargada dos ciclos
económicos para assim se poder analisar o comportamento da rendibilidade do
sector. Ao longo dos 27 anos analisados, a economia conheceu fases de
crescimento e de expansão, mas sobretudo assistimos a uma tendência
generalizada de crescimento do produto e de recuo da inflação e de aumento do
consumo, o que proporcionou estabilidade aos mercados. O mercado português
reflectiu fielmente as condições económicas proporcionando condições ao
desenvolvimento do sector e à especialização dos agentes, provocada pela
especificidade dos activos. As séries analisadas permitiram analisar e
identificar o comportamento da rendibilidade nos três segmentos analisados,
verificando a existência de estabilidade no retorno imobiliário. Da conjugação
das séries analisadas com as variáveis macroeconómicas utilizadas constatamos
que o mercado imobiliário em Portugal apresenta uma fraca sensibilidade às
variações da conjuntura, o que lhe atribui a característica de activo de
refúgio e bem assim uma alternativa eficaz para os investidores.
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