Comércio de rua no Porto
(ou como as coisas não mudaram assim tanto…)
O artigo de hoje é um “remake” do artigo que publicamos no final
de 2011, quando o nosso blogue ainda estava a gatinhar. No entanto, desta
vez, com alguns dados mais atualizados.
Apresentamos assim as nossas conclusões da
análise do documento "MarketViewSnapshot - Rendas & Yields",
disponibilizado pela CBRE, relativamente ao segundo trimestre de 2014 e aos
terceiros trimestre de 2009 a 2013.
Dizem respeito a produtos "Prime", no caso tendo como referência
a dimensão "standard" de 100m2 e como localizações de
referência a Rua de Santa Catarina e a zona da Boavista.
Como consequência destas estimativas, é lícito
inferir que os preços, nas zonas e para a dimensão atrás mencionadas, se podem
traduzir no seguinte gráfico:
Verificamos que os
valores estimados continuam em baixa, em contra ciclo com o que acontece, por
exemplo, na cidade de Lisboa.
Porquê?
A publicação continua a
considerar a zona da Boavista como zona “prime”. Esta zona só se poderá
considerar “prime” se se incluir a zona do Aviz. De facto, a Boavista perdeu o
seu caracter comercial e mesmo o Aviz começa a apresentar algumas lojas
devolutas.
A reabilitação urbana
também não chegou ao comércio de rua, com exceção, talvez, do eixo
Mouzinho-Flores. A este respeito preocupa-nos a intenção manifestada pela Câmara
Municipal em manter os atuais lojistas, sem capacidade económica para regenerarem
os seus espaços, ameaçando até com o recurso a processos expropriativos.
É um caminho perigoso,
pois pode virar-se contra a própria autarquia. Vejam-se os preços absolutamente
especulativos obtidos pelos proprietários em processos anteriores semelhantes,
que encareceram muito a reabilitação urbana na cidade.
A nossa convicção é que a
Baixa do Porto tem todas as condições para ter um comércio de rua pujante.
E, desculpem a insistência,
o Mercado do Bolhão e o Siloauto podem tornar-se uma âncora fundamental.
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