Estatísticas da Construção e Habitação 2020

 

Nos últimos anos, o custo da construção tem tido um impacto muito forte no aumento dos preços na habitação. Não há ninguém que não se queixe deste facto, para lá da dificuldade em se encontrar mão de obra qualificada.


Nem a propósito, o Instituto Nacional de Estatística (INE) publicou o seu documento “Estatísticas da Construção e Habitação 2020”, em julho de 2021.


João Fonseca | Estatísticas da Construção e Habitação 2020

Este documento é muito interessante, pois faz uma caracterização exaustiva do “estado da arte”, com elementos informativos sobre o mercado de habitação e propriedades comerciais:


-Vendas de alojamentos familiares;


-Evolução de preços e preços da habitação ao nível local (que se baseiam em dados administrativos de natureza fiscal);


-Valores de avaliação de peritos ao serviço de instituições bancárias;


-Rendas de habitação ao nível local;


-Evolução dos custos de construção e índice de preços das propriedades comerciais.


A respeito deste último ponto, refere:

“Em 2020, o índice de custos de construção de habitação nova registou uma redução no ritmo de crescimento, tendo apresentado uma taxa de variação média anual de +2,1% (+2,3% em 2019). Ambas as componentes do índice registaram um aumento no último ano. Nos materiais, o crescimento fixou-se em 1,2%, o que constituiu uma aceleração face ao registo do ano anterior (+0,9%). Relativamente à mão-de-obra, a taxa de variação foi +3,3%, menos 1,2 p.p. que em 2019.”


Os quadros de resultados são disponibilizados separadamente e os resultados são apresentados com uma desagregação geográfica ao nível das regiões NUTS III, para a maior parte das variáveis.


Muita da informação que é descrita no documento pode ser encontrada em ficheiros “excel”, podendo ser trabalhada depois por qualquer perito avaliador de imóveis.


(Esta nossa última referência tem qualquer coisa por trás. É que os peritos das entidades expropriantes continuam a teimar, erradamente, em considerar o custo da construção, para efeitos do Código das Expropriações, o valor de uma portaria revogada em 2014 (???), atualizada pelo índice de preços no consumidor ou pelo coeficiente de atualização anual da renda urbana. Ora bem, desde 2014, para os peritos das entidades expropriantes, o custo da construção só subiu 3,8%!)

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