Impacto da diminuição da esperança média de vida na avaliação de imóveis
Tem sido noticiada que a esperança média de vida está a recuar. A pergunta que se coloca, do ponto de vista do perito avaliador de imóveis, é se a diminuição da esperança média de vida tem consequências na avaliação de imóveis.
(Aviso: este artigo vai ser frio e insensível, mas as coisas são como são!)
A resposta à pergunta é, em termos teóricos, muito clara: sim, a diminuição
da esperança média de vida pode fazer aumentar o valor dos imóveis!
Talvez com um exemplo possamos explicar melhor a nossa visão (e creiam que
é verdade, os peritos avaliadores de imóveis utilizam mesmo esta técnica).
Suponhamos que vamos contratar um avaliador imobiliário para avaliar um
apartamento que tem um inquilino com a idade de 75 anos, que paga uma renda
abaixo da renda de mercado.
(Aqui é que entra a insensibilidade. A propósito, os peritos avaliadores de
imóveis têm de ter uma resiliência muito grande, pois lidam com casos, muitas
vezes, dramáticos).
Como procedemos?
(Agora o avaliador vai pensar alto!)
“Bem, o apartamento vai ter uma renda abaixo da renda de mercado enquanto o
inquilino for vivo. Quando o inquilino morrer, passa a existir uma renda de
mercado."
E daqui a quantos anos é que o inquilino vai “deixar” o apartamento? Até à
esperança média de vida!
Cabe aqui recordar que se deve refletir na estimativa o risco de o
inquilino viver para lá da esperança média de vida, o que se deseja.
Portanto, quanto menor for a esperança média de vida, menor é o número de
anos que o senhorio recebe rendas de menor valor e maior é o número de anos que
o senhorio recebe uma renda de mercado. Assim sendo, o valor do imóvel é maior!
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