O reajuste de preços no imobiliário já se fazia notar...
Hoje, mais que nunca, faz sentido
o que escrevemos para o blogue do Massimo
Forte, “Resumindo, os avaliadores imobiliários precisam dos angariadores
imobiliários para obterem informação; os angariadores imobiliários precisam dos
avaliadores para poderem fornecer ao mercado uma informação mais fiável. É uma
relação claramente biunívoca.”
Na situação atual, de dificuldade do mercado imobiliário em consequência da pandemia devida ao SARS-CoV-2 e à Covid-19, tem mesmo que
existir uma relação “win-win” entre o perito
avaliador de imóveis e o angariador imobiliário.
Neste artigo, convidamos o Rui
Fernandes, experiente consultor imobiliário da cidade do Porto, a refletir
sobre o momento complexo que o mercado imobiliário está a atravessar:
“Vivemos tempos não comparáveis
com nada experienciado em Portugal na nossa era. Mesmo na área imobiliária, não
é possível equiparar este período a nenhuma crise passada.
Muito se tem dito e especulado sobre
o futuro dos negócios imobiliários por estes dias.
Passadas três semanas de paragem, já muitos antevêem uma quebra abrupta nas transações e no valor das mesmas. Parece-me um discurso
demasiado pessimista e ainda sem qualquer tipo de dados que permitam ter
certezas seja do que for. Não estamos em tempo de fazer futurismos, sejam eles
positivos ou negativos. Devemos, sim, ser realistas e estar informados: o
reajuste de preços já se fazia notar nos últimos meses e podemos acelerar esse
processo ou lidar com algo totalmente diferente - a seu tempo, o futuro o dirá.
É altura de estarmos atentos a
todas as conjeturas que nos rodeiam e, em especial, com grande foco nos países
onde esta pandemia vai abrandar primeiro. Esses países serão também os
primeiros a transmitir dados relevantes para a economia global e
consequentemente para a nossa também.
Dependendo da duração da pandemia
e do impacto económico que venha a ter, muitas empresas ligadas ao ramo
imobiliário, desde mediadores, agências e promotores, empresas de construção,
operadores turísticos entre outros, poderão não conseguir subsistir - é normal
e sempre aconteceu noutros ciclos.
Sabendo que nesta época as
preocupações das várias associações e entidades governamentais ligadas ao
sector estão empenhadas na atribuição de possíveis apoios às pessoas e às
empresas, bem como na facilitação de concretização de negócios dadas as atuais
condicionantes, seria de extrema importância regulamentar o sector logo que
possível, como aliás, tanto tem vindo a ser discutido nos últimos anos. Julgo
que é urgente fazê-lo.
Com o mercado quase parado, seria,
no mínimo, determinante iniciar o estudo de nova regulamentação para voltarmos
em força!
Tem sido gratificante assistir à
vontade genuína de partilha de informação neste momento atribulado para o
sector. É fascinante constatar a quantidade de formadores e empresas que nos
últimos dias se têm disponibilizado em webinars, diretos e outros, muitos de forma
gratuita ou com descontos consideráveis. Embora algumas vezes possa não concordar com o que
vou ouvindo e lendo, sempre existe algo a retirar desses discursos, nem que
seja apenas o facto de não querer seguir aquele caminho.
Esta é uma altura de relembrar,
aperfeiçoar e reforçar antigas práticas, aprender coisas novas; julgo ser
também muito importante irmo-nos preparando para vários cenários que possam vir
a suceder no pós-covid-19.
Quem até hoje sempre privilegiou
a parte relacional e emocional dos negócios, continua agora a estar bastante
ativo. É nosso dever acompanhar e ajudar sempre que possível aqueles com quem
nos relacionamos, nem que seja com uma simples palavra de conforto.
Arrisco-me a afirmar que quem
sempre trabalhou bem, e quando digo bem não significa necessariamente volume de
negócios, vai conseguir ultrapassar com menores dificuldades qualquer mudança
que o futuro possa trazer.
Os negócios imobiliários sempre
continuarão a acontecer seja qual for o cenário. Em maior ou menor escala eles
vão mesmo acontecer e terão, por certo, os melhores intervenientes!
Se todos soubermos aproveitar
esta paragem, podemos aprofundar as nossas competências - afinal toda a
informação está ao alcance de um “click”, de um telefonema ou de um livro.
Tenhamos nós o entusiasmo e a vontade de querer sempre saber mais!
Eu continuo focado em aperfeiçoar
o meu trabalho e anseio pelo dia em que nos possamos voltar a relacionar com
normalidade.
Até breve!”
Obrigado Rui pelo teu testemunho tão
lúcido!
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