A avaliação de imóveis e os estudos de mercado.
A convite do irrequieto Paulo Fernandes, coração da Domínio Binário e editor da revista “Imobiliário em direto”, escrevemos um artigo com o título “A avaliação de imóveis e os estudos
de mercado”.
Neste artigo, resumimos de uma forma muito sucinta a evolução da avaliação de imóveis e da atividade do perito avaliador de imóveis, desde a existência legal de “louvados”, a inscrição na CMVM- Comissão do Mercado de Valores Mobiliários até às organizações internacionais que regulam, de alguma forma, a atividade.
Reforçamos a exigência ética
destas organizações internacionais, para além da exigência de sólidos
conhecimentos técnicos. Recordamos que qualquer uma destas organizações, e
também as associações de peritos avaliadores de imóveis, proíbem, por
imperativos éticos, que a remuneração dos peritos avaliadores de imóveis esteja
indexada ao valor de avaliação.
É este o motivo por que achamos
que os consultores imobiliários não devem estimar o valor dos imóveis que
promovem, nos seus estudos de mercado. É que estão a indexar a sua remuneração
ao valor da avaliação. Mesmo sabendo da sua seriedade e competência, “A mulher
de César não basta ser honesta, deve parecer honesta.”
Com isto, não queremos dizer que
este trabalho deva sair da esfera das empresas de mediação. Replicamos então o
conceito de “muralha da China” do Red Book do RICS, sugerindo que as equipas
que estimam o valor dos imóveis sejam totalmente independentes das equipas de mediação.
É um esforço adicional que é
proposto a estas empresas, mas que pode ser minimizado, constituindo equipas
reduzidas, lideradas pela gestão de topo, com a ajuda de ferramentas digitais ao
dispor de todos.
Lembramo-nos, por exemplo, de uma
ferramenta de qualidade, a plataforma Reatia. Indexa anúncios de imóveis, cria
e trata bases de dados com informação proveniente de portais imobiliários e de agências
imobiliárias, entre outras fontes. Adicionalmente, ajuda na avaliação de
imóveis, com a utilização de AVM- Automated
Valuation Models, podendo mesmo fornecer relatórios personalizados.
Fica assim o embrião de como se
poderá começar a pensar na constituição de “muralhas da China” nas agências
imobiliárias, separando claramente mediadores dos responsáveis pelos intervalos
de valor que são propostos aos clientes.
E já agora, pensar que isto
também pode ser um trunfo comercial…
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