Avaliação e Sustentabilidade – Um novo paradigma


Decorreu ontem, 18 de fevereiro de 2022, a conferência internacional de peritos avaliadores de imóveis com o tema “Avaliação e Sustentabilidade – Um novo paradigma”. A conferência foi realizada no âmbito do projeto High-Value, em parceria com a ANAI- Associação Nacional de Avaliadores Imobiliários.


Foi um dia bem passado!


O que estava garantido, à partida?


-Uma agradável viagem a Lisboa na companhia de dois colegas peritos avaliadores (concorrentes não são inimigos, bem pelo contrário).


-Uma conferencia fora do espaço virtual! Pudemo-nos olhar uns aos outros olhos nos olhos e rever colegas que, desde há dois anos, só podíamos contactar por meios eletrónicos. Só por isso já valia a pena.



É impossível descrever em poucas palavras toda a informação veiculada pelos palestrantes ou pela audiência, mas ficam aqui transcritas algumas ideias interessantes do ponto de vista de um perito avaliador de imóveis:


-José Covas, Presidente do RICS Portugal, indicou algumas pistas para o impacto do ESG (Environmental, Social and Governance) na avaliação de imóveis pela abordagem de rendimento: crescimento de renda, obsolescência e deprecição, prémios de risco, taxas de capitalização, tempos de venda e de arrendamento e, finalmente, incentivos. Achamos também curiosa a afirmação “o avaliador interpreta o mercado”.


-Nuno Lacasta, Presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa para o Ambiente, salientou a necessidade de o Estado Português começar a comprar “verde” (o que é uma contradição com o que se passa atualmente, pois o Estado compra pelo preço mais barato).


-Krzysztof Grzesik, Presidente do TEGoVA, salientou que os edifícios residenciais privados devem ter a classe EPC (Energy Performance Certificate)  “F” em 2030 e a classe EPC “E” em 2033.


Finalmente, a apresentação de Sofia Santos, sócia da empresa Systemic:


-A correlação entre o “spread” bancário e o certificado energético: Classificações inferiores a C prejudicam o "spread".


-Efeitos do certificado energético também no valor do seguro.


-Possibilidade de desvalorização dos portefólios imobiliários da Banca.


-Informação de que uma entidade bancária (Caixa Agrícola?) já questiona os seus clientes empresariais sobre as suas práticas de sustentabilidade.


E foi feito o regresso a casa, tranquilo…




Sobre o autor

(Este artigo foi elaborado por João Fonseca, perito avaliador de imóveis e perito avaliador de máquinas e equipamentos, registado na CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) com o registo PAI/2010/0019, membro 7313161 do RICS (Royal Institution of Chartered Seurveyors), RICS Registered Valuer, membro da TEGoVA e European Registered Valuer REV-PT/ASAVAL/2023/8, Vogal do Conselho Fiscal, Disciplinar e Deontológico da ANAI  (Associação Nacional de Avaliadores Imobiliários), Membro do Conselho Científico ANAI (Associação Nacional de Avaliadores Imobiliários), da Perito da Bolsa de Avaliadores da Câmara Municipal de Lisboa, Associate Thinker no blogue out-of-the-boxthinking.blogspot.pt. É coautor do livro “Reabilitação urbana sustentável”, ISBN 978-989-8414-10-6. Possui uma Pós-Graduação em “Gestão e Avaliação no Imobiliário” pela Católica Porto Business School e tem o curso de formação em “Avaliação Imobiliária” pela Escola Superior de Atividades Imobiliárias. Tem escritórios na Rua Pinto Bessa, 522, RC, Centro, Esquerdo, 4300-428 Porto e na Rua Visconde de Santarém, 75 C, 1000-286 Lisboa. É formador em avaliação imobiliária na empresa Domínio Binário. A Lei n.º 153/2015 de 14 de setembro regula o acesso e o exercício da atividade e a profissão dos peritos avaliadores de imóveis que prestem serviços a entidades do sistema financeiro nacional.) 

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