Normas europeias de avaliação de máquinas e equipamentos

João Fonseca | Perito Avaliador de Imóveis | Normas europeias de avaliação de máquinas e equipamentos
Hoje justifica-se plenamente escrever sobre avaliações de máquinas e equipamentos.


Foi publicado pela TEGoVA o documento “European Plant, Machinery & Equipment Valuation Standards (EVS-PME)” que aborda exaustivamente a avaliação de máquinas e equipamentos. É um livro de leitura obrigatória para qualquer perito avaliador de imóveis, mesmo para não executando este tipo de avaliações, porque existem conceitos comuns que interesse reforçar.


As abordagens de avaliação de máquinas e equipamentos são comuns às abordagens de avaliação de imóveis.


A primeira de todas, transversal a qualquer avaliação, é o método comparativo de mercado. De facto, devemos auscultar o mercado por ativos equivalentes ao que estamos a avaliar e depois fazer a respetiva homogeneização.

 

É um método muito eficaz em equipamentos com grande liquidez no mercado.

 

Referimo-nos, por exemplo, a máquinas industriais como empilhadores ou retroescavadoras ou ainda a veículos pesados de transporte de mercadorias.

 

Acontece, no entanto, que muitas máquinas são específicas e raramente transacionáveis, sem mercado de compra e venda, como é o caso de um fragmentador de metais ou uma linha de extrusão.

 

Não sendo possível a estimativa pelo método comparativo de mercado, porque não existe um mercado líquido de transações para o ativo e se não for possível apurar o valor económico da máquina, o equivalente ao “método do custo” é aconselhável.

 

São exemplos destas técnicas o Método da Depreciação Não Linear, o Método de Cole, a Fórmula de Matheson, o Método de Jans-Heidecke e o Método do Eng. Hélio Caires.

 

A “EVS-PME 3 The Valuation Approaches and Methods” recomenda o método do custo para:

“7. The Cost Approach

7.1. The cost approach provides an indication of value based on the economic prin[1]ciple that a buyer will pay no more for PME than the cost to obtain PME of equal utility, whether by purchase or by construction. It will often be necessary to make an allowance for obsolescence of the PME compared with an equivalent new one.

7.2. The cost approach is commonly adopted for:

• Specialised PME or special-use facilities

• Estimating the replacement value of PME that are very seldom, if ever, sold or let on the market

• PME with no active market or that are unique, thus eliminating the possibility of a market approach

• PME that are not directly income-generating, thus eliminating the possibility of an income approach

• Estimating the value of a partially completed plant installation”

 

De todas estas metodologias, a que efetivamente tem como suporte a idade do ativo, o estado de conservação e o tipo de serviço, é o método de Jans-Heidecke (DESPRECIACION DE BIENES - NUEVO CONCEPTO METODO JANS PARA IMUEBLES Y MUEBLE EN GENRAL (MAQUINARAS Y EQUIPOS), por Juan Ángel Núñez Scarpellini).

 

Nesta metodologia é combinada a depreciação e o estado de conservação do ativo, em que o seu valor final é estabelecido pela fórmula Valor do ativo = Valor de reposição a novo – (Valor de reposição a novo- Valor residual) x K. K é o coeficiente de depreciação obtido com base na antiguidade e no estado de conservação.

 

O fator de depreciação atribuído à antiguidade (K1) resulta do quociente entre a antiguidade e a vida útil, elevado a um fator (1/X) que resulta das experiências práticas levadas a cabo por Jans.

 

Quanto ao fator de depreciação atribuído ao estado de conservação (K2), este resulta da aplicação da Tabela de Heidecke.

 

Segundo Jans, o fator K é igual a K1 + (1-K1) x K2

 

O valor obtido pela metodologia de Jans-Heidecke corresponde ao valor em uso da máquina.

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